quinta-feira, 27 de maio de 2010

ACADÊMICOS TEATRALIZAM EM SOLENIDADE AO ANIVERSÁRIO DA CIDADE

Quem não foi, não viu... perdeu! Pode-se dizer que a Academia de Artes e Letras de Senhor do Bonfim realizou e surrealizou, no mais estrito sentido literário e artístico, a sua Sessão Solene ocorrida na noite de ontem (24) em “homenagem ao Aniversário da Cidade”.


Teatro – Houve surpresas e suspenses hitchcockianas. Um espectador pirou. Saiu do meio do público e interrompeu o ato solene aos gritos e frases desconexas – Cadê a chave?... Ah, achei! Não, não é a chave!... Por minutos, seu olhar agitado pôs todos em vexame: “É bebida ou...”. “Ele não ta bem...”. – “Não, não ta!”. Tem nêgo bebo aí? Felizmente, Benedito Oliveira apenas se deixara programar para cometer a síndrome artística. Dramaturgo, produtor e ator, ele concluiu a performance com um poema à cidade aniversariante.

Bom começo – Páginas de reflexão remetidas a Von Martius e a Rui Barbosa deram referência histórica e forma historiográfica ao discurso do presidente José Gonçalves, da Academia. De Rui, ele foi buscar que o “bom começar é meio caminho andado para o bom acabar” – para saudar a progressiva continuidade da terra do Bom Começo.

Cantata – Na noite de pronunciamento dos acadêmicos, Leonor Sena Gomes e outros confrades declamaram poesias afins aos 125 anos de emancipação. Daniel Gomes já tinha feito também boa e inesperada interpretação músico-vocal. Nada mais comovente que a canção Tocando em frente de Almir Sater e Renato Teixeira na voz da confreira Regina Salgado, com Téo Canarana no teclado. Desde o começo: “Ando devagar porque já tive pressa” até o verso final “Cada ser carrega em si o dom de ser capaz, de ser feliz” a suavidade musical da cantata colocou a platéia em cumplicidade coloquial com indefinidos sentimentos: lânguidos... ternos... saudosos... Felizes como propõe a última palavra da composição. Todos acompanharam a repetição, em louvor ao acalanto de interpretação e como não continuou: “Oooooh!”

Anônimos – Quem bem aproveitou a “climatização” foi o Professor. Historiador, poeta, fundador da Academia, o Prefeito Paulo Machado reviveu para os presentes ângulos sensibilizantes da saga humana dos que se responsabilizaram pela “construção do que hoje celebramos: a existência de uma cidade em festa pela emancipação há 125 anos”. Os loiros colhidos por nomes inscritos em placas não justificam nossa omissão às almas anônimas, esquecidas no processo do nosso desenvolvimento. Da Missão do Sahy e de antes, o Doutor Paulo Machado rememorou reflexivamente. Grupos e etnias outrora massacrados hoje são reconhecidos em descendentes “apenas nos olhos amendoados e cabelos lisos”. Remontou a história mais recente também, fixando personagens paisagísticos e humanos de décadas passadas. “A cidade que escapou de nossas mãos”.

Só canção - “Pena que o auditório da Câmara não estivesse superlotado. É quase um infortúnio gostar de canções que penetram no despertar da alma e não ter estado aqui” – murmúrio do Dr. Aurélio Soares, compreendendo que “tudo hoje aqui foi canção”. De fato, Tito Rocha anunciou o Hino Nacional na abertura e também no enceramento da reunião. Intelectuais secretários da administração municipal, políticos, artistas e populares confraternizaram-se na festividade.


Assessoria de Comunicação Social do Governo Cuidando da Nossa Gente - 25/05/2010

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