sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PREFÁCIO AO LIVRO "PÁGINAS BONFINENSES" DE PAULO BATISTA MACHADO

À GUISA DE PREFÁCIO

Procurai que, quando ler o vosso livro, o melancólico se alegre e solte uma risada, que o risonho quase endoideça de prazer, o simples se não enfade, o discreto se admire da vossa intenção, o grave a não despreze, nem o prudente deixe de gabá-la.

Miguel de Cervantes Saavedra

Este é mais um trabalho da lavra do professor Paulo Batista Machado. Páginas Bonfinenses é uma coletânea composta de 20 crônicas que versam sobre pessoas e fatos da história de Senhor do Bonfim. Misto de prosa e poesia, de realismo e ficção, a obra que ora vem a lume, é mais uma prova da versatilidade literária do já celebrado escritor grapiúno-bonfinense.

Obedecendo ordem temática e não cronológica, os textos contidos em Páginas Bonfinenses apresentam três eixos temáticos. No primeiro, desfilam as grandes mulheres: Oriana Carvalho, professora e poetisa, de quem o autor guarda as melhores recordações; Pró Zenaura Campos, a eterna e inesquecível mestra do Campo do Gado; dona Alayde Sena Gomes, a abnegada diretora da Pia União das Filhas de Maria, entre outras.

O segundo eixo é o dos grandes homens. Aí estão, além de outros, Dom Antônio Mendonça Monteiro, o dinâmico e virtuoso prelado que governou a Igreja de Bonfim entre os anos de 1957 e 1972; Dom Jairo Ruy Matos da Silva, o bispo poeta que implantou na Diocese as Comunidades Eclesiais de Base; Jonas Costa, o prefeito ingênuo e sonhador que não se cansava de repetir: “Machado, o povo precisa de mim”. Sem esquecer, é claro, do velho e bom Lamartine Lima, o “umbuzeiro do sertão”, na expressão laudatória do seo Oldon Machado, pai do nosso cronista.

No terceiro eixo, após duas belíssimas e bem humoradas crônicas, tendo como protagonistas uma, a copa do mundo, a outra, a suposta presença do temeroso chefe da Al Qaeda em nossa cidade, Machado se atém sobre fatos do cotidiano de Senhor do Bonfim. São registrados, assim, o triste fim do BANEB, o malfadado Banco do Estado da Bahia; os dez anos do Programa Cidade Aberta, do nosso Eloilto Cajuy, “o dono das tardes bonfinenses” e o apelo que o autor, como homem de fé, dirige aos superiores redentoristas, pedindo a permanência daquela congregação na paróquia-mãe da nossa Diocese.

Fruto da pena prodigiosa de Paulo Batista Machado, os textos encerrados em Páginas Bonfinenses, encantam por sua leveza e literariedade absoluta. É impossível iniciar a leitura de qualquer um deles e não se ir até o final. Ao percorrer as páginas que se seguem o leitor, com certeza, deparar-se-á com um subsídio de raro valor histórico e elevada beleza literária.

José Gonçalves do Nascimento

(Presidente da Academia de Ciências, Artes e Letras de Senhor do Bonfim - ACLASB)

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