sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

(IN)INSPIRAÇÃO

Poeta cadê a poesia?
(Ó musa tão vagabunda!)
És rio, mas sempre em “estia”
És fêmea, porém não fecundas.

Terra que verde não tem
Roxinol que o cantar perdeu
Olho aberto que não ver ninguém
Aquele feto que não nasceu.

És ouvido, mas não podes escutar
Narinas, porém sem olfato
Comes sem ter paladar
És corpo, mas não tens tato.

És sangue sem a espécie vermelha
És cor, mas sem identidade
És chama, porém sem centelha
Mexes em tudo, mas sem habilidade.

Poeta cadê a poesia?
Musa ingrata deixe que ele cresça!
Não permita que a melancolia
Domine e o vate pereça.


José Gonçalves

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