sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

NO DIA EM QUE EU MORRER

“Quando eu morrer não me chores,
deixo a vida sem sodade”

(Mário de Andrade)


No dia em que eu morrer,
o espaço terá um corpo a menos.
No meu lugar, porém, gostaria
que plantassem uma árvore
de raiz flor e fruto.
Só assim honrarei
a minha passagem por aqui.

No dia em que eu morrer
prefiro que ninguém saiba.
Não quero choro,
Nem noticiário.
Quero, apenas, que no meu lugar
plantem uma árvore
de raiz, flor e fruto.

Pouco me importa
quando isto vai acontecer!
Lá para onde irei,
o tempo é o menos importante.
Já aqui, quanto menor for o tempo,
tanto maior será o espaço.

Resistir é preciso,
mas como por obstáculo à onda,
se a onda faz parte da dinâmica do mar!?


José Gonçalves do Nascimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário