sábado, 27 de junho de 2009

LAMENTO DE UM DROGADO


Ignorando a mim mesmo

e a todos que me cercam,

paro em meio ao caminho

atropelado pelo próprio destino.

E ali sucumbo

vítima desse verme que me corrói,

desse lixo que me cobre,

dessa lama em que me afundo...

... e lá vou eu, tragado por esse dragão cruel

e aterrorizado pelo monstro da desgraça.

Quem devolverá minha infância?

Quem restituirá minha juventude?

Quem trará de volta minha vitalidade?

Quem me ajudará a recuperar o futuro?

Quem será o primeiro a me dizer:

“Levanta-te e anda”!?

...

Certo que caí...

e poderia até não ter caído,

mas só não cai, quem não tropeça.

E quem poderá dizer que nunca tropeçou?

Por favor, me estenda a tua mão!

Não te recuses de ser meu farol,

meu porto seguro;

aquele que me fará pisar de novo

a terra firme da vida.

Venha e juntos plantaremos flores

onde antes só encontrei espinhos...

Venha, eu sou o Cristo Crucificado.

... que ressuscitará.


José Gonçalves do Nascimento

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