Eu sou terra,
sou ar,
eu sou água,
eu sou fogo.
Sou filho da dor,
sou filho do prazer.
Nasci do conflito
e me tornei guerra.
Fiz guerra contra mim
e contra todos.
Venci os deuses,
tomei o Olimpo
e ali reinei.
Eu sou o próprio mundo,
eu sou a paixão,
eu sou a vida.
Eu sou a parte,
eu sou o todo
e o todo em parte.
Além de mim, só o desconhecido...
Eu sou o eterno presente
e o constante devir.
Eu sou o pai,
eu sou a mãe,
eu sou o filho
e sem mim ninguém é.
Eu já odiei,
fui odiado e venci.
Já matei,
já morri e vivi de novo.
Se algum sonhador
despertar para a ousadia
deverá beber o meu sangue,
porque eu sou o sonho,
o sonhador e a ousadia.
Eu sou o germe,
eu sou a fonte,
eu sou a canção.
Eu sou o grito
que convoca e provoca.
Eu sou a força
que destrói
e, ao destruir,
acaba engendrando
outro amanhã.
Eu sou o teu horizonte
e o lugar que esperas ao sol.
Ergue o teu braço,
e mira o teu caminho!
És sujeito de ti
e desta imensidão que vês.
Comigo farás história
e contaremos histórias
aos que tiverem ouvidos para ouvir.
Histórias de homens e mulheres livres
em uma terra sem sujeição.
Histórias de paixão
cujo protagonista sejas tu.
Mira o teu caminho,
faze a tua história,
o horizonte é todo teu!
Ou teremos que voltar aos Caos?
José Gonçalves do Nascimento
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